Token não fungível significa ser um certificado digital de propriedade que qualquer um pode ver e confirmar a autenticidade, mas ninguém pode alterar. Para entender, imagine a situação abaixo.
Uma pessoa pode acessar a Internet e baixar a obra digital “Crossroad”, do artista norte-americano Mike Winkelmann (conhecido como Beeple), que foi transformada em NFT. O item retrata o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nu e com palavrões rabiscados em seu corpo. Essa reprodução baixada, no entanto, é apenas uma cópia, sem valor comercial algum.
A posse real da obra, vendida no início de 2021 por US $6,6 milhões, é apenas daquele indivíduo que tem o token não fungível dela, que funciona como um certificado digital de propriedade. Indo um pouco mais a fundo, esse comprovante de autenticidade é basicamente um código de computador. OK, mas não é possível copiar esse código?
Não, pois ele fica registrado em uma blockchain – grande banco de dados público e imutável – via smart contract. Esses contratos inteligentes (na tradução para o português) são programas guardados em rede descentralizada que se executam conforme regras pré-estabelecidas, sem o envolvimento de um intermediário para controlar.
Em síntese, tudo o que é guardado na blockchain por meio deles pode ser checado por todos os usuários. Isso ocorre por causa de algoritmos que estabelecem o que pode e o que não pode ser feito no sistema.
A rede do Ethereum é a mais usada para o desenvolvimento dos tokens não fungíveis. Para rodar nela, os NFTs devem seguir um padrão (conjunto de regras de programação) chamado de ERIC-721. Outras blockchains, no entanto, também permitem a criação de NFTs, como a Tezos, a Solana, a EOS e a Binance Smart Chain.